sábado, 19 de março de 2011

Racionalizando as emoções

Emoções. Não podemos confiar nelas. Muito menos depender delas. Temos que agir pela razão.

Isso é uma filosofia totalmente contrária a de um poeta, eu sei, porém, é a realidade.
Sem razão, nada somos. E sem a emoção, nada seremos.
Em que acreditar, então?

A emoção nos faz usar o coração, a nos imaginarmos junto ao outro, a sermos sinceros, perdoarmos e a preocupar-nos realmente. Ela pode, entretanto, nos enganar. Com a emoção, frequentemente, não pensamos, simplesmente agimos. A emoção nos cega, nos faz acreditarmos em coisas que não estão realmente presente, e faz o sentimento ganhar mais força. O amor, o ódio, a alegria, a euforia, o descontentamento, a mágoa, a desilusão e todos os outros que aí estão. É o que nos faz sorrir sem motivo ou chorar de forma repentina. O que nos faz gritar, esbravejar e explodir até mesmo sem necessidade, culpando ao outro ou a si mesmo por algo que não tem a devida importância despendida. A emoção é inconsequente.

Já a razão nos faz ver o que realmente está acontecendo. A termos a certeza de que o que faremos, fizemos ou deixamos de fazer é o certo ou o errado. A razão nos faz arriscar, pensando nas consequências de nossos atos, ou nos faz meticulosos demais, também pelo mesmo motivo. Ela freia nossas ações e ampara as desilusões. Sem ela, não há discernimento. Sem ela, nós, humanos, estamos vulneráveis, suscetíveis à mágoa e ao erro.

E, sim, errar é humano. Perdoar também. Não há erro ou perdão sem o conjunto de razão e emoção - corpo, mente e espírito unidos em um único ser. A razão aprende com os erros cometidos. A emoção não.

Como, então, conciliar ambas sem correr o risco de ser atingido de supetão por um mar de sentimentos que nos desnorteia ou sem ser frio ao extremo, levando em conta somente a lógica?
Refletir será a opção? Deliberar internamente por vários minutos antes de responder com convicção? Como ser emotivo e racional sem “perder as estribeiras”? Ser sensato a ponto de que a inteligência não sobreponha sensações? Será possível?

4 comentários:

Adriana Alencar disse...

Gostei muito do seu texto, o tema é intrigante e sempre gera muita reflexão. Não creio que a razão sempre nos freie, muitas vezes ela pode ser a propulsora de uma ação, contrariando emoções negativas como o medo e a insegurança. Ninguém pode ser totalmente racional ou totalmente emotivo, pela própria característica de ser humano, com variações comportamentais. É possível expressar-se nos dois pólos com equilíbrio, não deixando nenhum dominar-nos, pois sem a razão a emoção torna-se fútil e sem emoção a razão não dá sentido à existência.
Beijo
Adri

Graça Lacerda disse...

Vitória,

através da Vila do Artesão, cheguei até sua mãe e enfim, você!
Estou linkando seu maravilhoso blog no meu
http://botoesmadreperola.blogspot.com
por se tratar de um blog educacional, e essa riqueza aqui estará sendo conhecida pelos meus alunos também.

Parabéns, menina! Sua precocidade/preciosidade é ditada por Deus.
Um beijo,
Graça Lacerda

Lucinei Campos disse...

Eterno conflito. Mas creio que seria como luz e trevas, fogo e água, estas coisas! Um precisa da ousadia do outro! Muito legal seu texto, aliás, como sempre!

beijos

Mirtes Rodrigues disse...

O segredo está no equilibrio,não se deixar tomar completamente nem pela emoção desmedida,ou pela racionalidade cega.
Claro que falar é bem mais fácil do que fazer. rs

É bom voltar aqui e ler o que vc escreve.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...