Emoções. Não podemos confiar nelas. Muito menos depender delas. Temos que agir pela razão.
Isso é uma filosofia totalmente contrária a de um poeta, eu sei, porém, é a realidade.
Sem razão, nada somos. E sem a emoção, nada seremos.Em que acreditar, então?
A emoção nos faz usar o coração, a nos imaginarmos junto ao outro, a sermos sinceros, perdoarmos e a preocupar-nos realmente. Ela pode, entretanto, nos enganar. Com a emoção, frequentemente, não pensamos, simplesmente agimos. A emoção nos cega, nos faz acreditarmos em coisas que não estão realmente presente, e faz o sentimento ganhar mais força. O amor, o ódio, a alegria, a euforia, o descontentamento, a mágoa, a desilusão e todos os outros que aí estão. É o que nos faz sorrir sem motivo ou chorar de forma repentina. O que nos faz gritar, esbravejar e explodir até mesmo sem necessidade, culpando ao outro ou a si mesmo por algo que não tem a devida importância despendida. A emoção é inconsequente.
Já a razão nos faz ver o que realmente está acontecendo. A termos a certeza de que o que faremos, fizemos ou deixamos de fazer é o certo ou o errado. A razão nos faz arriscar, pensando nas consequências de nossos atos, ou nos faz meticulosos demais, também pelo mesmo motivo. Ela freia nossas ações e ampara as desilusões. Sem ela, não há discernimento. Sem ela, nós, humanos, estamos vulneráveis, suscetíveis à mágoa e ao erro.
E, sim, errar é humano. Perdoar também. Não há erro ou perdão sem o conjunto de razão e emoção - corpo, mente e espírito unidos em um único ser. A razão aprende com os erros cometidos. A emoção não.
Como, então, conciliar ambas sem correr o risco de ser atingido de supetão por um mar de sentimentos que nos desnorteia ou sem ser frio ao extremo, levando em conta somente a lógica?
Refletir será a opção? Deliberar internamente por vários minutos antes de responder com convicção? Como ser emotivo e racional sem “perder as estribeiras”? Ser sensato a ponto de que a inteligência não sobreponha sensações? Será possível?