terça-feira, 14 de junho de 2011

A fuga da banda de Sir Paul McCartney

Sucesso de vendas e alvo de críticas elogiosas entre os anos 1973 e 1974, “Band on the Run” foi o álbum que marcou a carreira de Paul McCartney com a banda Wings, evidenciando que o ex-beatle podia fazer músicas maravilhosas sem a parceria de John Lennon.
Com uma sonoridade sem igual, é um senhor disco, sem clichês.

Como foi elaborado inicialmente, o álbum descreve a viagem de uma banda que quer se libertar e o fará a qualquer oportunidade, sem deixar de lado o sentimentalismo, presente em uma mistura de sons e sensações que só o ouvinte atento pode experimentar.


O apanhado de canções é como uma montanha-russa, com seus altos baixos, que se inicia com a música-título “Band on the Run”, passando por “Jet” e “Mrs.Vandebilt”, cujas intensidades e correria denotam a trajetória de fuga. “Bluebirds” vem para amenizar a situação e mostrar que músicos também amam, de forma que a melodia flui como se os sentimentos fossem pequenos sinos tocando dentro do próprio ser. Uma experiência similar ocorre em “Let me roll it”, na qual a paixão é evidenciada pelas batidas rítmicas de um coração.


O efeito de colagem e releitura das demais faixas que compõem o disco ocorre em “Picasso's Last Words (Drink To Me)” e “Nineteen Hundred And Eight Five”, marcada por agonia, agitação e desejo. A adrenalina de “Helen Wheels”, que não estava na montagem original do disco, traz a tona todo o ideal de “aproveitar a viagem”, sem arrependimentos ou receios. Já “Mamunia”, “No Words” e a faixa-bônus “Country Dreamer” denotam a ingenuidade da paixão, a beleza do platônico, e sua simplicidade do fazer acontecer. Elas fluem de forma natural e melodiosa, contrastando bem com as faixas mais agitadas, em um estilo bem “Beatle”.

O álbum mescla, ainda, agitação e calmaria com tal maestria que, em parte, justifica o fato sermos beatlemaníacos. É indispensável para qualquer fã de sir Paul ouvir “Band on the Run”. 

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